O PSD tem vindo num registo negativo, numa espécie de espiral
recessiva, desde que ganhou as últimas eleições legislativas e não soube
digerir a aliança à esquerda que dá cobertura a uma maioria parlamentar que
hoje governa o país. Pior que isso nunca soube renovar-se nas ideias e numa
nova ambição para o país, tendo em consideração os novos tempos que se vivem. É
preciso entender que aos olhos das pessoas a linha da austeridade havia chegado
ao fim. Já bastara o enorme sacrifício que a todos fora imposto força das
circunstâncias. Havia por isso que impor uma redefinição do conteúdo
programático e das suas políticas, incutindo um novo discurso, devolvendo a
esperança às pessoas. Infelizmente o PSD não soube alcançar tal aspiração.
Manteve-se antes apático e preso à linha da anterior Governabilidade. Amarrado
a um passado que o pode orgulhar, mas que é passado. Obvio que com isso, capitalizou
o seu principal adversário, o Partido Socialista e a sua liderança no Governo. A
liderança de Pedro Passos Coelho merece o devido reconhecimento e admiração.
Foi uma liderança de um homem humilde, honesto e determinado. Uma liderança que
conduziu os destinos do país exemplarmente para que hoje se possa vislumbrar a
inversão do ciclo económico que assistimos que permite ao atual Governo a
recolha desse dividendo. Mas na vida há que saber quando é tempo de fechar um
ciclo para se abrir outro. A bem do país e a bem do PSD.