Confesso que fui apanhado de surpresa com as declarações do António Costa. Sem dúvida que é uma atitude de elevado risco, seja porque não está nas mãos dele a convocação de um congresso extraordinário e respetiva eleição direta do líder, mas também porque fica fragilizado na Câmara Municipal. É que afinal de contas ele foi eleito há apenas 8 meses.
A verdade é que se isto correr bem e se não se queimar muito por liderar este golpe palaciano, pode chegar a Primeiro Ministro.
Mas e se correr mal?
Como vai encarar a Câmara? Com 3 anos e 4 meses de mandato pela frente, volta à Câmara? Marca eleições antecipadas?
Vai finalmente começar a tapar buracos como recomenda o João Soares?
E dentro do PS?
Se não conseguir concorrer à liderança e o Seguro perder as Legislativas, vai partilhar a culpa?
Parece-me uma atitude um pouco estranha após uma vitória eleitoral.
Não me lembro de nenhum caso destes, em que se ganha as eleições e o partido exige a demissão do líder.
O que levaria António Costa a arriscar tudo para comprar esta guerra? Será que se irritou com alguma coisa? Será que soube de algum compromisso com o Guterres para as Presidenciais?
É sabido que o seu nome era falado como potencial candidato às presidenciais, aliás o único nome que pelas sondagens poderia fazer frente ao Marcelo Rebelo de Sousa.
A brincar a brincar, o PS com isto arrisca-se a limpar do mapa dois líderes, o Seguro e o próprio Costa.
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