Em Agosto de 2012, num outro fórum, alertei para a dramática situação que na altura se vivia no Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa (RSB), instituição tutelada pela Câmara
Municipal de Lisboa.
Mais de dois anos depois, a
situação descrita na altura não só se manteve como se agravou profundamente, levando a que os Bombeiros trouxessem para a rua a sua indignação. As condições de
trabalho a que estes homens estão hoje sujeitos, nomeadamente no que se refere
a falta de efetivos e equipamentos adequados, não encontram comparação na
história recente.
Num cenário inédito mas revelador
do atual nível de desespero, as chefias do RSB enviaram uma missiva ao
Presidente da CML manifestando a sua profunda preocupação com um conjunto
alargado de assuntos:
- A deslocação do Centro de
Comando, na sequência da venda do imóvel junto ao C.C. Colombo, e as potenciais
implicações em termos de operacionalidade;
- O severo desinvestimento no
setor da informática, cujos sistemas levantam o receio de colapso;
- A implementação do modelo de
Postos de Socorro Avançados sem acautelar as necessárias condições
operacionais;
- A grave escassez de recursos
humanos e ausência de promoções;
- A falta de equipamentos de
combate e proteção contra incêndios;
- A falta de manutenção dos
veículos de socorro;
- A degradação generalizada das
infraestruturas existentes.
Da CML, a reação é a de sacudir a
água do capote, algo que já vem sendo habitual, atribuindo as responsabilidades ao Governo. No entanto, para os Bombeiros e para os Lisboetas,
este é um assunto que não pode servir de arma de arremesso político e que
carece de resposta urgente.
As condições materiais para o
correto desempenho das atividades destes profissionais e, concomitantemente, a
segurança da população de Lisboa não podem ser eternamente relegadas para
segundo plano.
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