Joseph Nye
escreveu em meados dos anos 90, a seguinte frase: “Security is like oxygen - you tend not to notice it until you begin to lose it, but once that occurs there is nothing else that you will think about”.
Esta simples analogia retrata muito bem a forma como por cá
se lida com as questões da segurança, à qual podemos ainda aplicar um outro ditado
bem português: “só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja”.
Vem esta reflexão a propósito da notícia de hoje que nos dá conta de que ainda não foi elaborado o plano de articulação operacional entre as Forças e Serviços de Segurança (FSS) e as Forças Armadas (FA), decorrente da
aprovação da Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo. Não fosse o ocorrido
em Paris e isto não seria sequer notícia.
No entanto, o mais grave nem sequer é isto. É bem mais preocupante
que, mesmo apesar do sucedido em Paris, continuemos a enterrar a cabeça na
areia e a ignorar olimpicamente questões ainda mais relevantes.
Matérias como a possibilidade de acesso a metadados e
intercepção de comunicações pelos serviços de informações ou as alterações
legislativas necessárias para que as FA possam participar em missões de
segurança interna continuam arredadas do debate político.
Esperemos que não seja necessário trovejar a sério ou que nos
falte o oxigénio.
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