Os sistemas de Governo atuais têm
a sua base nos interesses partidários, desvirtuando assim a génese da gestão da
polis, defendida desde os tempos da
antiga Grécia.
Hoje, o paradigma do líder
politico assenta em bases que são definidas no seio dos próprios partidos
politicos e nas ideias defendidas por um status
quo, uma pequena oligarquia, que procura não mudar nada.
Existem vários fatores que têm
vindo a provocar o afastamento dos cidadãos da participação política, entre os
quais o facto de os líderes, nos últimos anos, desiludirem os seus eleitores.
E isto tem levado cada vez maior número de
pessoas a questionar os atuais líderes, a sua ação e o próprio futuro de
Portugal.
Começa a ser óbvio que a
necessidade de encontrar um novo paradigma de liderança é um imperativo
nacional; esta deve ser, aliás, uma discussão e um debate centrado na
verdadeira necessidade de Portugal enquanto País periférico e dependente no
quadro da União Europeia.
Portugal necessita de se libertar
de amarras e consolidar uma soberania e independência assente em três ideias
chave: Justiça, Trabalho e Generosidade. O crescimento económico e um
ajustamento, decerto doloroso, são uma necessidade e um ponto de partida, mas
não devem, nem podem, ser a receita por si só. Não podemos deixar de considerar
que sem uma justiça célere e eficaz, sem criação de trabalho e sem Justiça
social, nenhuma receita de gestão pode ser eficaz.
A política faz-se para as
pessoas e com as pessoas, e um qualquer líder que despreze esta verdade
fracassará.
Isto leva-nos à chamada “pergunta
de um milhão de Euros”. Que líder queremos para o futuro? Será aquele que faz
as perguntas certas ou aquele que nos oferece as respostas certas? Será um
coordenador ou um catalisador? Será o homem do leme ou o navegador que
estabelece a direção? Um futuro líder deverá ser um mestre na arquitectura
financeira, económica ou social? Será um político? Um tecnocrata? Um gestor e
um empreendedor de sucesso? Alguém com total independência do status quo? Ou um pouco de tudo isto?
É hoje consensual que para ser um
bom líder não basta ser um bom político. As sociedades mudaram com o decorrer
dos tempos. A globalização é hoje uma realidade. Os mercados comandam e definem
as circunstâncias. Os modelos de governação e os líderes têm de se adaptar aos
novos tempos e têm de se renovar.
Os líderes de hoje têm a responsabilidade
de criar o futuro e de formar os líderes de amanhã. Hoje é o tempo certo para
resistir e encontrar novas soluções. É uma oportunidade que se nos apresenta de
podermos mudar uma receita com cerca de 40 anos de vida.
A estratégia das lideranças tem tido
como prioridade desenvolver técnicas de sobrevivência, em vez de dar prioridade
ao desenvolvimento e ao sucesso do País. Os líderes (do presente e do futuro),
que entenderem a diferença entre a sobrevivência política e o sucesso político,
vão certamente adaptar-se às novas realidades, inovar, recriar os modelos de
governação e as suas bases corretas de acordo com os seus eleitores. A ser
assim, estes líderes não só sobreviverão, como terão o sucesso associado à
eficaz gestão do País.
O líder que se precisa deve
procurar o sucesso evitando a miopia que apenas vê a sobrevivência da sua
liderança e do seu País e deve abraçar uma estratégia de longo prazo para a
sustentabilidade que, assente na Justiça, Trabalho e Generosidade, possa
alcançar o sucesso para Portugal.
Ninguém procura um D. Sebastião, mas
sim um líder que seja motivador e que possa renovar a confiança dos
portugueses, cada vez mais afastados. Procuramos “um de nós” que transmita
confiança e esperança. Procuramos “um de nós”, em quem possamos depositar o
futuro dos nossos filhos.
Muitos podem dizer que o que
defendo neste artigo é uma utopia, mas exemplos como o de John F. Kennedy, Winston
Churchill, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King, Abraham Lincoln
e de Francisco Sá Carneiro provam que estas ideias estão próximas da realidade
se assim o desejarmos.
As lideranças que defendem
genuinamente as suas causas e que procuram o sucesso e bem-estar do seu povo,
são as únicas capazes de mudar e de garantir que Portugal, ou qualquer outro
País, tem Futuro.
fonte: Jornal OJE: http://www.oje.pt/novo-paradigma-lideranca/
Há um contracenso evidenet, quando se entende que um fulano passa a ser um bom gestor de camara, governo ou seja o que for só porque teve os votos dos eleitores.
ResponderEliminarOs países bem governados do norte já vão a caminho de neutralizar este problema, autonomizando a gestão profissional, independente e autonoma das mudanças politicas, seja nos ministérios, sejam nas gestões da maioria dos departamentos do estado e camaras.Aqui claro que os nossos capnagas defendem o contrario, cada vez que conseguem eleger têm que mudar até os coladores de cartazes, propagandistas dos jornais, enfim a tribo vem completa; contingencias de países mal governados