Vai tarde, mas vai sempre a tempo. Mas mais do que uma
demissão, a saída de cena da Senhora Ministra da Administração Interna, é um
atestado de incompetência e de sujeição de um Primeiro-Ministro que não soube ser
líder. Não soube ser humilde e caloroso com quem sofre e não soube respeitar
as 102 mortes que ocorreram, revelando um alheamento e uma frieza que a todos só
pode indignar. De um Primeiro-ministro responsável pela falência do Estado em questões essenciais como a proteção de pessoas e bens. Do mesmo modo que não soube na devida hora assumir a
responsabilidade política de quem Governa. Antes manteve, soube-se agora,
contra vontade própria, um membro do Governo em funções, que já não tinha
condições políticas para continuar e urgentemente a necessitar de férias. Quanto
mais condições para promover as reformas necessárias no sistema de proteção civil
e nas cooperações que a compõem e no reordenamento florestal e territorial em
Portugal. Honestamente, nada podemos apontar a condições climatéricas adversas
que em muito contribuíram para a catástrofe dos incêndios. No entanto, foi por
demais evidente uma total descoordenação das entidades com responsabilidade no
Sistema de Proteção Civil na tragédia ocorrida há 4 meses em Pedrogão. O mesmo
se sucedendo na tragédia do ultimo fim-de-semana, para mais quando se sabia por
parte do IPMA que seriam dias de grande risco de incêndios pelas condições
atmosféricas que se adivinhavam. Já para não falar na irresponsável mudança das
estruturas dirigentes das entidades publicas com responsabilidades nestas áreas
em pleno ciclo de prevenção e combate aos incêndios. O mais lamentável, retirando as vitimas, foi a necessidade de
se despoletar o descargo de consciências e assunção de responsabilidades, pela
via de uma comunicação ao país por parte do Presidente da República. Esse sim,
exercendo o seu magistério com enorme sentido de Estado. Valha-nos ao menos
isso.
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