No último ano tenho-me cruzado com vários brasileiros a viver em Portugal, mas não os típicos brasileiros que nos habituámos a ver, nos anos 90, pelas ruas de Cascais e a trabalhar em restaurantes e centros comerciais. São brasileiros instruídos e com poder de compra.
Das conversas que vou tendo há um ponto que todos têm em comum, todos dizem ter deixado o Brasil por causa da violência, por causa da insegurança. É óbvio que também vêm para trabalhar (e todos estão a trabalhar, com negócio próprio), mas neste planeta global, deixaram negócios a funcionar e família, com que falam regularmente por whatsapp e skype, para educarem os filhos no nosso sistema de ensino, longe da violência e dentro da União Europeia.
A campanha que está a decorrer neste momento no Brasil é uma oportunidade para nos apercebermos da diversidade e dimensão do Brasil - da brutalidade que é aquele país.
Nos tempos de antena, muitos deles brilhantes, apercebemo-nos dessa dimensão, onde apanhamos um pouco de tudo, do cristianismo ideológico, ao apelo à rebelião e à revolução, passando pela irracional vitimização do Lula...
Ontem o Bolsonaro, um dos candidatos mais polémicos e mais conservadores, que tem direito a apenas 8 segundos de tempo de antena, mas que já lidera as sondagens, sofreu um atentado à sua vida. Num país minado pela insegurança, onde quem tem possibilidade de sair do país o faz para se afastar da violência, o atentado ao Bolsonaro irá ter certamente um forte impacto no resultado eleitoral.
Resta saber o quanto este atentado o irá alavancar, pois as últimas sondagens indiciam que se trata de um candidato que lidera na primeira volta, mas que perde na segunda, independentemente de quem for o seu opositor.
(foto retirada daqui)
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